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A dor das sirenes de Kiev

  • Prof. Acúrcio Domingos
  • 1 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Partilhada a reflexão de ontem, uma mãe atenta, escreveu um comentário, enxertando uma nota essencial ao texto, tornando-o, explicitamente mais justo: o povo russo também está a sofrer com a guerra. Tem toda a razão e, por isso, também é para essa gente que gritam as sirenes de Kiev. E serão mais audíveis ainda, não só por razões de proximidade geográfica, mas, sobretudo, porque exprimem repetidamente a dor de todas das mães, que não escolheram a guerra para os seus filhos. As vozes das mães que, heroicamente, se conseguem manifestar nas ruas e nas praças de qualquer lugar, de Moscovo a Vladivostoque, são as vozes das outras mães do Mundo inteiro. Elas sabem, como todas as mães sabem, que os seus filhos não estão na guerra por vontade própria, mas a mando de loucos. Elas sabem, como todas as mães de todo o mundo sabem, que a guerra mata os seus e os filhos das outras mães, por capricho, cegueira ou tirania de quem, infelizmente, manda.


É por isso que os gritos das sirenes de Kiev transportam toda a dor de todas as mães do Mundo. É por isso que têm de ser todas as mães do Mundo inteiro e travar a loucura dos homens. Só as mães sabem que o que salva é o cuidado e a Paz. Não tenho muitas dúvidas de que estaríamos bem melhor, se confiássemos o mando à sensibilidade das mães de todo o Mundo.


PS. Como sou cristão por opção, e professor de Moral católica por função, não posso deixar de trazer à colação a descrição mítica do Génesis, onde Eva aparece no lado errado nesta leitura de bondade materna. Naturalmente, os tempos mitológicos valem o que valem e o Adão era suficientemente grande para ter tido juízo. Mas, felizmente, as mensagens do Novo Testamento vieram, também nessa parte, resgatar para o lado certo o retrato fiel de todas as mães e mulheres do Mundo.


Como amanhã começa a Quaresma, proponho que façamos algum jejum nos vários excessos que vamos cometendo, não só a nível de comida e bebida, mas de consumismo, vaidade e outros… e respondamos ao desafio lançado pelo Papa Francisco de rezarmos pela Paz! Depois da folia dispensável do Carnaval, bem precisamos de entrar em recolhimento, outra forma indispensável de jejum, que só faz bem ao corpo e à alma. Bem precisamos!


Vila Viçosa-1-3-22- Acúrcio




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