top of page
  • Prof. Acúrcio Domingos

Carta aos Finalistas

Queridas e queridos Finalistas

Quase sem darem por isso, chegaram ao patamar que vos empurra para lá da Eça. Será sempre um misto de emoções esta transição. Por um lado, a tristeza de deixar um lugar, um tempo e um conjunto de pessoas que vos acompanharam e fizeram de todos os homens e as mulheres possíveis e inacabados(as) que hoje são. Por outro, a liberdade sempre provocadora de ganhar outros horizontes, outros voos, merecidos, seguramente, mas que vos deixam uma espécie de amargo de boca, por não terem sugado até ao tutano, na expressão do “Clube dos poetas mortos” o sentido da vida e o horizonte infindável de procura e de descoberta para que cada um de vós foi convocado(a). Não desanimem, nem se iludam. Cada um de nós, a seu tempo, teve essas mesmas e equívocas emoções, sem aceder às respostas definitivas que, aparentemente, pedem, ou, pelo menos, esperam paciência e procura. Retenham essa pausa, como método de vida. Para lá do que vos for pedido ou da sofreguidão de cada um, há sempre a necessidade de uma sombra ou de um poiso onde possamos encostar o nosso desassossego, para chegarmos onde queremos. Façam-no sempre com um enorme respeito e orgulho. Respeito por vocês, em primeiro lugar, olhando-se em cada dia ao espelho e gostando de se ver inteiros, à moda de Ricardo Reis. Orgulho por ser, ao lado da humildade, o caminho que nos ajuda a partir e chegar sedentos a qualquer fonte ou objetivo, sem desdém por terceiros, muito menos troça ou menosprezo. Bem sei que os tempos hipermodernos são pouco atreitos a estas referências. Pouco importa a moda, porque passa. O que fica sempre e é retido é a nossa capacidade de resistir à voragem do individualismo ou da troça, o campo de onde saímos todos mais diminuídos. Sejam sempre fiéis aos valores com que vos tentámos contagiar no ambiente da Eça e merecedores do imenso património humanos e não só que outros, antes de vós, tudo fizeram para vos deixar intacto. A nossa relação e as nossas vontades nunca têm um termo. Não são sequer um contrato a prazo. Elas viajam nos ventos que enchem as brisas do fim de tarde e na frescura das auroras que desafiam cada caminheiro que se faz à viagem. Oxalá esses sejam os luzeiros que nunca se apagam, ou aquelas estrelas polares que nunca desistem de nos apontar o caminho e que nunca nos abandonam. Sejam sempre fiéis à ALEGRIA, FELICIDADE E AMIZADE, os únicos marcos que garantem a nossa sobrevivência em qualquer tempo. Mas essa é já a parte do caminho que cabe a cada um trilhar, sem amparos. Apenas com companheiros de jornada! Que melhor desafio para tanta vida e tanto Futuro que todos carregam e precisam de depositar em algum cais? Um abraço é sempre pouco para tanto caminho, é certo. Mas é uma porta de enorme acolhimento para o que precisarem! Até sempre!


Vila Viçosa-5-6-22- Acúrcio



0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page