Voto. Uma palavra que existe desde a época da Grécia Antiga, mas que, para nós, portugueses, só ganhou o seu verdadeiro sentido há 46 anos atrás, a 25 de abril de 1974.
Até essa data, houve um longo caminho a percorrer, que se iniciou com a implantação da República em 1910. Neste período da nossa história, apenas podiam votar homens com mais de 25 anos que exercessem uma ocupação considerada útil.
Durante a ditadura do Estado Novo, só podiam votar homens maiores de 21 anos, ou jovens emancipados . As mulheres apenas podiam exercer o direito de voto se fossem chefes de família e se tivessem frequentado o ensino liceal. Os cidadãos analfabetos só podiam votar se pagassem impostos superiores a 100 escudos, uma quantia consideravelmente elevada na época. A grande maioria da população ficava excluída do acesso ao voto. Assim, o Estado Novo limitava a liberdade da opinião política e a contestação ao regime .
Foi só a partir da revolução de 25 de abril de 1974 que as eleições se passaram a realizar por sufrágio universal, nos moldes que hoje conhecemos. Só então se estabeleceu o sistema democrático no nosso país, com o direito de voto a cidadãos maiores de 18 anos, independentemente do género, nível de escolaridade e rendimentos.
Para o exercício do dever cívico e de participação através do voto, todos temos que estar informados, sobretudo os mais novos, uma vez que a cidadania não se inicia com a maioridade. A procura de informação fidedigna é fundamental para formar a nossa opinião e para a nossa participação cívica.
Assim, votar, é um direito, mas também um dever: o direito de exercer a democracia há tão pouco conquistada e o dever de a manter.
Autora: Matilde Silva
Revisão: Eulália Andrade