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  • Manuel Almeida

Mudança depois da pandemia

Atualizado: 7 de jul. de 2021

Faz quase um ano desde que o vírus Sars-Cov-2 entrou na sociedade portuguesa. De facto, este novo “vizinho” tornou-se desde então na nossa principal ameaça, o que fez com que os hospitais se transformassem em campos de batalha, as famílias e amigos ficassem separados e as empresas fragilizadas ao ponto de correrem o risco de fecharem (o que aconteceu com grande frequência com pequenas empresas). Até hoje os nossos comportamentos e atitudes foram alterados para que a comunidade em que vivemos possa aguentar este inimigo invisível. Com o aparecimento de novas vacinas (e os seus resultados eficazes sem grandes efeitos secundários à vista), algumas das questões mais pertinentes a aparecer estão relacionadas com o “pós Covid-19”: o que mudará (ou pode ser mudado) na sociedade? Que grupos vão sair desta guerra a ganhar e quais vão sair a perder?

Para falar das consequências a longo prazo desta pandemia, é inevitável mencionar a participação política e internacional em cooperação com a comunidade global da medicina e da saúde. A má preparação contra o vírus e a falta de informação quando necessária são fatores que lidaram as catástrofes humanitárias e a fraca decisão das medidas a aplicar. Para evitar estes momentos de caos será necessário reforçar a união dos países no combate a uma ameaça de escala global, estando como fator mais importante, para que tal aconteça, uma comunicação mais clara, direta e rápida entre os países.

O contacto digital, quer seja com pessoas quer seja com objetos ou produtos, aumentou significativamente com a pandemia, mantendo assim algumas das nossas atividades no nosso dia-a-dia. Esta mudança de hábitos porém, não irá desaparecer com grande facilidade. Plataformas como os serviços de entrega ao domicílio (como a Uber Eats e a Glovo), aplicações de comunicação e de trabalho (nomeadamente o Zoom, a Microsoft Teams, o Google Classroom) e até serviços de entretenimento e lazer (incluindo os vídeos “on demand” da Disney+ e os jogos em “cloud” da Eletronic Arts) vão fazer parte das nossas vidas com mais frequência, tendo em conta a experiência adquirida nelas pelo utilizador e a vasta oferta no mercado.

Apesar das escolas e do sistema educacional terem sido afetados drasticamente (principalmente devido ao fecho das mesmas), esta área também recebeu novos meios para incentivar o estudo e o trabalho através de novas ferramentas digitais (como as referidas anteriormente), o uso de serviços de auxílio ao estudo (a mais conhecida no mercado nacional sendo a Escola Virtual, usado tanto por alunos como professores) e até o reaparecimento das aulas por televisão, o #EstudoEmCasa. Após a pandemia, a grande maioria destes recursos podem ser continuamente aplicados e até implementados para um melhor funcionamento das aulas, e para um maior aproveitamento pedagógico da parte dos estudantes.

O setor da arte terá possivelmente uma das maiores explosões de ideias de sempre após o desaparecimento geral do vírus. Durante o último ano este grupo tem sido violentamente afetado, tanto económica como mentalmente. E apesar das várias tentativas de criação de emprego através do método digital, as fontes de lucro e de inspiração tornaram-se cada vez mais escassas. No entanto, assim que seja possível voltar a uma vida pós-pandémica, os artistas das nossas comunidades poderão finalmente criar e produzir os seus conteúdos de forma livre e espontânea. Todas as indústrias artísticas (o cinema, a pintura, a música, entre outros) vão sentir este impacto, principalmente nos primeiros anos (relembro que, por exemplo, os “loucos anos 20” nos Estados Unidos apareceram sequencialmente após a vitória da Primeira Guerra Mundial, criando o mesmo tipo de contraste entre um período negativo e outro positivo).

O confinamento tem demonstrado ser eficaz na luta contra o Covid-19, mas ao mesmo tempo isolou fisicamente a sociedade de várias atividades e movimentos, impossibilitando novas experiências e planos. Com este novo ambiente, aprendemos a refletir em como valorizamos atividades exteriores às nossas habitações, quer sejam saídas com amigos quer sejam viagens em família. Esta cadeia de eventos resultará num aumento tremendo de movimentos dentro e fora do nosso país, provocando um crescimento lucrativo a grupos económicos focados nestas atitudes sociais (estando na lista por exemplo a hotelaria, o turismo e todo o tipo de transporte de pessoas).

Concluindo, é possível observar que estas e outras mudanças vão decorrer ao longo da transição de ambientes com e sem a presença do vírus. Com o aparecimento da pandemia aprendemos a lidar com vários paradigmas e novos costumes no dia-a-dia, alguns deles até novos e complexos. Ainda hoje não sabemos muito sobre o vírus e mesmo assim fazemos os possíveis para mantermos as sociedades seguras. O ser humano vai sair deste período indefinido com marcas de uma luta cheia de paciência e muita cautela, pronto para aproveitar cada segundo da vida e explorar o mundo que coabita. Ate lá, temos que aguardar pela nossa explosão eufórica de emoções…



Texto: Manuel Almeida

Revisão: Beatriz Ferrão e Paula Faia

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