Igualdade de género; Identidade de género e Orientação Sexual (Trabalho feito no âmbito da disciplina de Cidadania).
A razão que me levou a querer fazer este trabalho foi perceber que pessoas da minha idade fazem confusão quando se fala em temas como igualdade de género, identidade de género e orientação sexual. São temas distintos, mas que podem acabar por se encontrar quando abordados.
No tema igualdade de género muitos adolescentes acabam por valorizar mais um género que o outro, não se apercebendo que ambos têm tantas igualdades, desigualdades como oportunidades.
Quando se fala em identidade de género e orientação sexual, é aí que começa o problema e as confusões. Muitas pessoas confundem a identidade de género e a orientação sexual devido a desconhecimento, falta de informação, influência familiar, falta de interesse no tema, influência religiosa, ou ainda preconceitos.
Ao longo desta pesquisa descobri várias coisas que desconhecia, umas interessantes, outras no meu ver um pouco exageradas, outras que já tinha conhecimento, coisas que não concordava até saber o porquê, mas quando bem explicadas mudaram a minha perspectiva.
Temas como este não são fáceis nem simples de se abordar, portanto devemos ser cautelosos na maneira como se explicam, ou nos explicam as coisas. E essa foi uma das minhas maiores dificuldades neste trabalho, uma vez que também eu não sabia muita coisa sobre o assunto. Mas como sempre aprendi a sociabilizar e respeitar as pessoas de diferentes opiniões e ideias, de certa forma fui construindo as minhas. O que é normal já que a nossa maneira de ser, de estar e pensar tem muito a ver com a maneira como fomos ou somos educados.
O que acontece hoje em dia passa pelos jovens não conversarem abertamente com os pais ou adultos próximos. Por vezes surge algum assunto que gostávamos de discutir ou ver aprofundado, mas que por vergonha ou medo acabamos por não pedir a ajuda que precisamos, a informação ou as explicações, que poderiam ajudar na nossa compreensão sobre os outros e nós mesmos. A falha de comunicação pode prejudicar os jovens criando falta de conhecimento, que por sua vez pode afetar a sua vida futura. Tendo também em atenção a complexidade do assunto, esse é um dos pontos importantes.
Como vejo que existem preconceitos, achei que falar nestes temas seria uma boa maneira de ajudar colegas a entenderem coisas que talvez gostassem ou têm curiosidade, ou que não percebem. Não podemos estar sujeitos a uma única opinião. Nenhuma opinião está totalmente errada ou totalmente correta, mas deve estar sempre bem informada e fundamentada.
Neste ponto da minha investigação decidi fazer um pequeno questionário para me ajudar a perceber as várias opiniões e que teve muita influência na minha conclusão. Entrevistei várias pessoas com orientações sexuais e idades diferentes. Consegui ter numa conversa por telefone com uma socióloga para perceber o lado «científico» e técnico deste assunto, que achei muito interessante. O meu questionário foi este: 1. O que entendes por igualdade de género?
2. O que é a identidade de género para ti?
3. Qual é tua orientação sexual e sentes que podes te associar a ela perto da sociedade em que vives?
4. O que achas que diferença género de orientação sexual?
5. Já sofreste algum tipo de preconceito?
6. Já sofreste algum tipo de preconceito pela parte da sociedade em que vives?
7. Tens algum preconceito contigo ou com outros?
As respostas ao meu questionário estão no link em baixo, ordenadas por orientação sexual, respeitando quem pediu anonimato e divulgando o nome e a idade de cada pessoa que autorizou ser identificada:
Vitória Mourão – Socióloga e Professora no ISCP – Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa – Conversa telefónica.
A sociologia é a ciência que estuda as sociedades humanas, padrões de relações sociais, interação social e os comportamentos culturais do dia-a-dia das pessoas. Tive a oportunidade de ter uma importante conversa com a Dra. Vitória Mourão, socióloga, sobre a igualdade de género, a identidade de género e orientação sexual, que fez-me chegar a algumas conclusões:
Igualdade de género é a capacidade de que a sociedade deve ter para compreender que homens e mulheres têm ambos oportunidades, direitos e deveres iguais. Não importando o sexo que os define, mas sim aquilo que cada um de nós consegue fazer e pensar.
Identidade de género é a forma como nos identificamos, como se fosse um «espelho», para a forma como os outros e nós próprios, nos vemos.
Orientação sexual é a preferência ou opção que cada um de nós toma em relação ao género ou géneros com que nos relacionamos ou gostaríamos de relacionar. Seja de forma emocional, física ou romântica.
Com base na minha investigação, pude perceber o seguinte:
O que é o sexo biológico?
O sexo biológico é o sexo com que nascemos, mas não é necessariamente aquele com que nos identificamos.
Uma pessoa pode identificar-se com um género, psicologicamente ou anatómicamente.
Quais os géneros biológicos?
Uma pessoa pode nascer com o sexo feminino ou com o sexo masculino.
Qual a orientação sexual?
Cisgéneros - Cisgénero é a pessoa que se identifica com o género com que nasceu.
Transgénero - Transgénero é a pessoa que não se identifica com o seu sexo biológico. Não-binários - É uma pessoa que não se identifica com o seu sexo biológico e com nenhum outro.
Durante a pesquisa encontrei alguns estudos que mostram que aparentemente existem mais géneros do que pensamos. Os géneros que nos são apresentados são os seguintes:
Bi-Gendered (Bi-género)
Cross-Dresser
Drag-King
Drag-Queen
Femme Queen
Female-to-Male (Fémea-para-macho)
FTM
Gender Bender (Género fronteiriço)
Genderqueer
Male-To-Female (Macho-para-fémea)
MTF
Non-Op
Hijra
Pangender (Pangénero)
Transexual/Transsexual
Trans Person (Pessoa trans)
Woman (Mulher)
Man (Homem)
Butch
Two-Spirit (espírito duplo)
Trans
Agender (sem género)
Third Sex (Terceiro sexo)
Gender Fluid (Género fluido)
Non-Binary Transgender (transgénero não binário)
Androgyne (andrógena)
Gender-Gifted
Gender Bender
Femme
Person of Transgender Experience (Pessoa em experiência transgénera)
Androgynous (Andrógeno)
(Pode haver erros, devido à tradução do site ser em português do brasil.)
As conclusões e considerações a que cheguei com este trabalho foram:
…não temos de gostar de todas as pessoas nem pela maneira como vivem, pelas opções que tomam e pela forma como são, mas devemos sempre respeitar os outros, porque afinal somos todos humanos e estamos em permanente crescimento tanto enquanto pessoas, como nas nossas mentes e enquanto sociedade.
…somos todo diferentes, mas todos iguais. Ou seja, todos temos os mesmos direitos, as mesmas obrigações e deveres. Entender isso é muito importante, tenho tantos direitos/obrigações como qualquer um de vocês, tal como vocês têm os mesmos direitos/obrigações, que eu tenho.
…estes problemas sempre existiram, a diferença é que hoje fala-se abertamente nestas questões sem qualquer tabu, de forma geral e na sociedade.
A meu ver algumas pessoas têm necessidade de se catalogar ou ver catalogadas, não percebendo que isso também acaba por prejudicá-las numa perspetiva, podendo beneficiar numa outra.
…nenhum género deveria ser foco de qualquer desigualdade, pois cada um tem as suas igualdades e desigualdades. Nenhum deveria sofrer mais do que o outro, depende sempre de cada situação e de cada pessoa, mas em geral não se deve tirar partido de qualquer um dos géneros, pois isso é estar a desvalorizar um outro.
Na minha opinião esta luta na defesa de tantos géneros diferentes que assistimos hoje, faz com que a igualdade de género se transforme em algo que não é. Igualdade são direitos e deveres, seja qual for o nosso género, orientação, religião ou raça e não as “minhas”, ou as “tuas” preferências, gostos ou ideias sobre qualquer que seja o assunto. É, de forma simples, exatamente a definição que vem no dicionário: «Igualdade:
Qualidade de igual
Relação entre coisas ou pessoas iguais
Correspondência perfeita entre as partes de um todo
Organização social em que não há privilégios de classes
Equação
Sinal aritmético de igualdade (=)»
Infografia:
Espero que tenham gostado!
Trabalho de Maria Inês Silva Curto – 8ºC, 2021