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Entrevista a João Costa - Programa de Transição Digital na Educação


Uma transformação digital na Educação é necessária e fundamental nos dias que correm.


Sendo este um dos temas que nos preocupa e interessa, o EçaNews entrevistou o Secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, de forma a conseguirmos conhecer mais alguns detalhes sobre este projeto, que promete renovar os meios digitais e tecnológicos na vida escolar.





1. Sabemos que está a decorrer um projeto que visa entregar meios informáticos a todos os alunos, que deles necessitem, gostávamos de saber se vão renovar o parque informático das escolas, uma vez que o último plano tecnológico decorreu há mais de dez anos.

O Programa de Transição Digital na Educação tem vários objetivos que vão para lá da distribuição de equipamentos. Não só infraestruturar e equipar escolas, alunos e professores, mas introduzir novas formas de aprender e ensinar, com mais recursos digitais. É verdade que houve vários anos sem investimento. Para colmatar esta falha, o Plano de Recuperação e Resiliência, que foi agora aprovado, prevê que as escolas sejam apetrechadas com equipamentos e rede e outros equipamentos.


2. Outra questão, que está relacionada com o peso excessivo das mochilas. O Ministério da Educação pondera a hipótese de dar a escolher aos Encarregados de Educação entre a obtenção de um voucher para manual tradicional ou um voucher para manuais digitais, diminuindo assim o peso excessivo nas mochilas e o impacto ambiental?

A desmaterialização dos manuais tem várias vantagens. Podem explorar-se mais recursos, novas formas de interação e contribuir para a sustentabilidade ambiental, para além de diminuir o peso do material que se leva para a escola. Temos já em curso desde setembro um projeto piloto com nove escolas em diferentes pontos do país que já estão a usar manuais digitais. Este projeto é importante para avaliarmos todas as condições para darmos os próximos passos.


3. O plano de Transformação Digital foi catapultado pela pandemia, mas certamente já era uma preocupação. Quais são as necessidades sentidas neste sentido? Será este projeto uma nova era na educação?

A pandemia acelerou o plano e tornou evidente para todas as pessoas que é preciso investir nesta área. As necessidades já estavam identificadas: a necessidade de capacitar para áreas como a literacia digital, a literacia de informação (há tanta informação falsa nas redes sociais!), o pensamento computacional, a programação. Para isto, é preciso equipamento, recursos educativos digitais e a formação de docentes. É este processo, que já estava em preparação, que está a avançar a grande velocidade, apesar de todos os constrangimentos deste período que vivemos. A educação acompanha e prepara para transformações em curso. Sabemos que estamos a observar e a protagonizar uma revolução digital, uma relação com o conhecimento que é diferente, um avanço na inteligência artificial que há poucos anos não adivinhávamos. Compete-nos acompanhar, capacitar e preparar para uma vida neste mundo, valorizando o avanço da ciência e da tecnologia, mas entendendo que estes precisam de arte, criatividade e do humanismo que a filosofia traz.


4. Na sua opinião, quais seriam as consequências de não aproveitar a oportunidade de pôr em prática este plano?

Estaríamos a ver um comboio a passar a uma altíssima velocidade sem o apanharmos. A tecnologia faz parte das nossas vidas e é um fator de inclusão e, se bem utilizada, poderá ser um instrumento de cidadania plena e de liberdade, para que a tecnologia não seja um fator de alienação, mas sim um instrumento para que a informação se transforme em criação de bem comum, nos mais variados domínios desde a saúde à paz.


5. Para terminar, que conselho dá às comunidades escolares que vão viver esta transformação?

Há algo que devemos acautelar. Por vezes, por causa da pandemia, ouvimos falar numa diferença entre presencial e digital. O que todos queremos são aulas que acontecem na escola integrando o digital como ferramenta. O digital é um instrumento, uma ferramenta, mas a escola é e continuará a ser um lugar de seres humanos.

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