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  • Dinis Marques

A mudança de escola contada por cada um

Atualizado: 7 de jul. de 2021

Ir estudar para outra escola implica muito mais do que abandonar instalações que nos são familiares, alterar trajetos e rotinas. Nalguns casos, deixa mesmo de haver caras conhecidas por perto — nascem então novas amizades. O que custa mais na adaptação? E o que é que sabe melhor? As respostas diferem. Seis colegas contam como viveram ou antecipam essa mudança.



Do ensino privado ao ensino público

A Matilde Silva tem 16 anos e mudou do 9.º para o 10.º ano, de um colégio particular para a Escola Secundária Eça de Queirós (ESEQ). Não esperava que se dessem grandes mudanças, apesar de sempre lhe terem dito que tal ia acontecer – “a verdade que foi exatamente como eu esperava, não houve diferenças significativas”. A única distinção entre o ensino privado e o ensino público, segundo a Matilde, foi que “uma escola pública é um espaço muito mais alargado, portanto a proximidade entre professores e alunos é menor, mas mesmo assim, não é muito diferente”. Para além disso, refere que as refeições escolares são “menos más no ensino público”.


Ansiedade e algum receio

A Beatriz Costa está no 4.ºano na Escola Básica Parque das Nações (EBPN) e a transição de ciclo vai fazê-la mudar de escola no próximo ano letivo. Mostra-se ansiosa e com algum receio, dizendo que vai sentir muitas saudades dos amigos e professores. No entanto, “como vou entrar com a minha irmã gémea, acho que vai ser um bocadinho mais fácil de me adaptar”, disse a Beatriz. Espera “fazer novos amigos, conhecer novos professores e aprender muito mais do que já sei”, conclui.


Atenção especial

A mudança de escola do 4.º para o 5.ºano também já se deu, com a Beatriz Marvão, que está agora no 11.º ano. Em 2014 foi para a ESEQ, com um total desconhecimento, uma vez que era a primeira vez que a escola recebia alunos do 2.º ciclo. Porém não sentiu dificuldades, já que estava junto de muitos dos seus colegas da escola anterior. “Como fomos os primeiros tivemos uma espécie de atenção especial, o que até acabou por facilitar”. Considera que tenha sido uma mudança considerável, mas que foi ultrapassada pela ajuda da escola, através de atividades, da criação das AEC, salas de estudo e orientação de mediadores, em conjunto com o sempre presente auxílio dos funcionários.


Conhecer o melhor amigo

As mudanças podem ocorrer desde muito cedo e foi o caso do Francisco Rocha, que viu o seu percurso no Jardim de Infância, de certa forma atribulado. Foi transferido para a EBPN, onde estudavam os seus irmãos. Fez o seu primeiro amigo, com quem ainda hoje mantem contacto. Acredita que conhecer o seu melhor amigo foi o melhor que a mudança de escola lhe deu.

Quanto a todo o processo de mudança, refere que “lidei bem, tinha os meus irmãos para me ajudar”.


Estrear um edifício

A Ana Rita Guerreiro nunca mudou de escola. Vai permanecer na EBPN, ainda que passe a frequentar a recente construída extensão da escola. Tem algumas expetativas quanto à mudança para o 2.º ciclo – “Penso que me vou deparar com algumas matérias que me façam questionar sobre elas, pois ao avançar de ano a complexidade aumenta”, afirma.

Quanto ao facto de fazer parte do grupo que vai estrear o novo edifício da escola, confessa que “É fantástico, tendo em conta que poderei ser um dos primeiros membros da comunidade escolar a conhecer a segunda parte da EBPN. Também é importante referir que esta escola, em breve concluída, (…) dando aos alunos mais espaço para brincar e conversarem com liberdade. (…) Gostava de referir que esta nova parte da EBPN é o reflexo de muito esforço e dedicação da parte da parte da associação de pais e de outras instituições.”


Ajudar a integrar quem chega

Uma mudança completamente diferente de todas as outras foi a do Nuno Sampaio, que aos 16 anos veio de Angola para Portugal. Apesar de não ser a primeira vez no nosso país, considera que foi “uma experiência totalmente diferente” já que as escolas são incomparáveis. “Andava numa escola privada, porém uma escola privada que não tem nem metade das condições que a Eça, que é uma escola pública, tem”. Apesar de ter pesquisado como era a escola, sentiu-se de certa forma ansioso, por todas as implicações envolvidas, desde a forma de ensino à comunicação com colegas e professores, que eram distintas. Ainda assim, afirma que “foi uma questão de me habituar”. Em relação às aprendizagens desenvolvidas, o Nuno menciona que sentiu algumas dificuldades, por exemplo na disciplina de História, já que os conteúdos são diferenciados. Contudo, as matérias foram retomadas através de revisões feitas no início do 10.º ano. Explica ainda que “apesar de termos a mesma língua, a cultura é completamente diferente”. No que toca à mudança de país, “é muito importante que aquelas pessoas que estão no país para onde tu vás, te façam sentir em casa (…) acho que o conselho fica para nós, de fazermos os possíveis para integrar quem vem de fora, não necessariamente de outro país, mas também quem vem de outra escola, até de outra turma”, remata.



Texto: Dinis Marques

Revisão: Prof.ª Paula Faia

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