top of page
  • Nuno Sampaio

A esperança, um sentimento saudável...

Depois de tempos de incerteza, a esperança volta a surgir no meio global. Serão as vacinas a solução para a pandemia que assola o globo? Após tanto tempo de espera para ter certezas, será agora a certeza um problema?


O mundo inteiro sentiu-se abalado por uma ameaça invisível aos olhos comuns, um vírus desconhecido. Rapidamente, em muito devido ao nosso querido processo de globalização, a ameaça tornou-se um problema real, para todos. O vírus atacou todos, pretos e brancos, pobres e ricos, potências mundiais e países do dito terceiro mundo.


A incerteza levanta o medo e até agora o medo foi a nossa salvação. O ser humano guiado pelo medo, pelas incertezas e pelo desconhecimento limita-se a seguir as regras e dessa forma as curvas epidémicas foram sendo evitadas. O tempo foi passando e passámos a ter mais conhecimento, nesta era da informação, tudo é interiorizado até que o contrário se prove, desta forma, chegamos aos momentos em que achávamos ter conhecimento. Teorias sobre o vírus, que para todos era novidade, surgiam como se houvessem anos de estudo, as teorias foram difundidas e igualmente as certezas começaram a surgir no seio da humanidade. A mortalidade originalizada pelo vírus foi vista como de baixa probabilidade, sendo assim, o medo diminuiu, "redução" provocada por uma sensação ilusória de conhecimento. A taxa de contágio do vírus foi por muitos banalizada, o uso de máscaras provocava a nível mundial incertezas, eram estas uma forma verdadeira de prevenção, de proteção ao inimigo invisível? Certezas por um lado, cobriam as incertezas existentes por outro.


O conhecimento passou a ser mais concreto e a informação a surgir de forma mais transparente nos meios de comunicação, ditos como fiáveis. A desinformação passou a diminuir e igualmente aumentou a crença de que já havia conhecimento sobre o "inimigo", porém, continuávamos iludidos. Começaram a surgir possíveis agentes de ajuda no combate ao vírus, antibióticos, e estudos para viabilização de uma vacina.


Mais uma vez, o conhecimento foi-nos traiçoeiro, a esperança enganou-nos. O encarar, a certo ponto, a luta como vencida, deixou o ser humano menos preocupado e mais relaxado. A esperança, de estar próximo do fim. Vários casos de novas vagas do vírus verificaram-se, países fechados, esperanças cada vez menos presentes, vidas mais escuras e em geral um mundo movido por pensamentos mais nefastos ao perceber que o conhecimento era realmente ilusório. Os estudos tiveram continuidade, a pequena esperança existente alimentou pesquisas incansáveis que acabaram em resultados.


Resultados, vacinas, o fim do inimigo. Finalmente havia conhecimento sobre ele, conseguimos arranjar forma de o eliminar, acabou-se a luta – foram estas as crenças de muita gente. Mais uma vez a "esperança", alimentou alguns, muitos, já não de forma tão intensa, mas verificou-se. Dada a luta como terminada, deixou-se mais uma vez relaxar o ser humano. Novamente, foram verificadas as consequências de uma crença aguçada pela noção ilusória de conhecimento, existente.


O mundo combateu o vírus com base na esperança, na esperança de o conseguir eliminar, na esperança de um regresso ao normal. Esta esperança que alimentou o mundo na busca de soluções igualmente provocou problemas no combate ao inimigo invisível. Será a esperança a solução para o fim, será a esperança um dos maiores problemas da caminhada rumo ao fim do vírus ou haverá um equilíbrio a manter?

A esperança poderá ser uma faca de dois gumes, na luta contra o vírus. O facto de se disponibilizarem as vacinas tem sido mais um atear de fogo para a lareira esperançosa que existe no seio da humanidade. Porém, a verdade é que a luta está longe de terminar e pouco ainda, ou mesmo nada, se sabe sobre este inimigo que todos tentamos combater. O conhecimento, em muito aliado à esperança da sua existência, é uma das chaves que abrirá o portão de um futuro longa desta epidemia. Mas o nosso comportamento social, individual contribui de igual forma, e em muito para que este portão realmente exista.

O comportamento individual, sempre teve, tem e terá influência direta no geral. Se cada um fizer a sua parte, um todo estará de forma implícita a ser beneficiado ou prejudicado pelo ato.



Texto: Nuno Sampaio

Revisão: Dinis Marques



70 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page