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A hipótese de reduzir a semana de trabalho a quatro dias...

  • Prof. Acúrcio Domingos
  • 20 de jan. de 2022
  • 2 min de leitura

Há uma mania generalizada de que a escola é uma entidade ultraconservadora e parada no tempo. Eu próprio, pecador me confesso, e dou algumas alfinetadas em tal sentido, o que, se calhar, nem sempre é justo ou adequado. Hoje, depois de quase quinze dias em carência de notícias frescas, dei por mim a ouvir um tema interessantíssimo, nas notícias televisivas do dia. A hipótese de reduzirmos a semana a quatro dias de trabalho. Não que seja absoluta novidade, mas porque no Portugal medieval em que ainda vivemos, a nível de trabalho, gostaria de ver as reações. E elas não se fizeram esperar. Saúdo, com agrado, o dono de uma empresa, que mencionou uma coisa óbvia, mas nem por isso consensual. De tal modo que o encartado representante dos patrões veio, logo a seguir, agourar a impossibilidade da medida, sem mexer com o valor dos salários!!!! Bem se pode mostrar a estes imobilistas sindicais, na pele do patronato, acenar com ao exemplo de países insuspeitos, que já aderiram à medida! Qual quê! Pior que um S. Tomé laico, que, vendo, acreditou, este não tem a classe do santo e persiste em não admitir o que outros há muito viram e experimentaram… Veio-me à lembrança o que, às vezes, conto aos meus alunos mais velhos. Também eu sonho com um modelo de trabalho semanal na escola mais encurtado. Não creio que daí viesse mal ao mundo e, se calhar, todos teríamos imenso a ganhar. O problema é sempre este medo que nos consome que o trabalho é para ser feito durante uma semana de 5 dias. Esta é a maior rigidez mental que nos consome e impede de vislumbrar que o mais interessante é ver a garotada, no nosso caso, a adorar ter tempo para pensar, investigar, viajar ou, simplesmente, ociar! Dir-me-ão os profetas da desgraça que, nesse modelo, não haveria programas que resistissem! É, eventualmente, verdade! Mas, desses adeptos, quem cuida de sugerir um “mensómetro”, que nos convença que a quantidade maior é, inevitavelmente, e o melhor termómetro para alcançar as aprendizagens essenciais? No meu caso, que sou cristão convicto, mesmo com nuvens de dúvidas, pergunto-me se o Deu em que acredito, podendo criar o Mundo em 4 dias, teria optado por fazer ronha e esperado pelo quinto só para cumprir calendário… Sei bem que não esperaria tal tempo, porque, para Ele o descanso valia tanto como o árduo trabalho. A minha dúvida é se o nosso ministro secular perceberia o desafio… Estando disponível, posso tentar convencê-lo, numa Sexta-feira qualquer, a ser ousado!!! Já é tempo… .


Lisboa, 8 de janeiro de 2022


Texto: Acúrcio Domingos


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