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Sugestões - Dia Mundial do Livro

Para assinalar o Dia Mundial do Livro, alguns dos alunos do 12.ºH1 propõem algumas obras literárias, no âmbito da disciplina de Português.


"O Livro dos Cinco Anéis"


Biografia do autor:

Miyamoto Musashi nasceu no Japão a 1584. É considerado o mais importante mestre espadachim, tendo sido um invencível e lendário samurai que, devido aos seus feitos, foi aclamado como “Deus da Espada” (Kensei).

No fim dos seus tempos, dedicou-se à filosofia das Artes Marciais tendo escrito obras como o “Livro dos Cinco Anéis” e o “Caminho A Ser Seguido Sozinho”, que foram entregues aos seus estudantes, poucos dias antes da sua morte, a 13 de junho de 1645, e que espelham o caráter de um verdadeiro guerreiro.

Apreciação crítica da obra:

“O Livro dos Cinco Anéis” é um livro filosófico que tem como objetivo instruir os alunos marciais à melhor prática das suas artes tendo sido escrito, inicialmente, para servir os propósitos da arte do manejo da espada. Sendo os ensinamentos do autor transversais, o livro é instrumento de reflexão para qualquer tipo de pessoa, pratique ou não artes marciais.

A versão lida de “Go Rin No Sho” é pouco densa e está dividida em cinco capítulos, ou “Anéis”, como o autor lhes gosta de chamar, “Terra”, “Água”, “Fogo”, “Vento” e “Vazio”. Encontra-se na secção de “gestão”, na maioria das livrarias, e é dito por alguns apreciadores de leitura como contendo a “estratégia para alcançar o sucesso”.

Pessoalmente, considero este livro um objeto de reflexão e não um guia para a construção de um império monetário, já que, através dele, podemos retirar ideias, princípios e valores intemporais. Contudo, algumas estratégias presentes nesta obra podem ser adaptadas ao contacto empresarial. Julgo, porém, as observações e os sábios e acutilantes conselhos de Musashi, que repudia quaisquer tipos de materialismo, como algo muito mais virado para as vivências espirituais e intelectuais da vida dos “guerreiros”.

Neste processo, o que mais me agradou foi o facto de poder ler e escrever sobre o tema das artes marciais, que sempre estiveram presentes na minha vida. E que bom foi fazê-lo, sobre um livro em que o autor analisa processos como o de luta e conflito, o controlo intrapessoal, e todos os níveis da interação humana, juntamente com críticas a escolas que apresentam “(…) muitas flores mas pouco fruto”, no que toca à utilidade das artes marciais. Tal fez com que me identificasse completamente, da primeira à última folha. Apelo, assim, à leitura desta obra, que em tanto contribuiu para mim, em tão pouco tempo.

Autor: Duarte Formiga, 12.º H1



"Os meninos que enganavam os nazis"


Biografia do autor:

Joseph Joffo nasceu a 2 de abril de 1931, em Paris, e faleceu a 6 de dezembro de 2018. Filho de um barbeiro judeu, teve uma infância feliz até ao eclodir da Segunda Guerra Mundial. Durante a ocupação alemã, a sua família foi perseguida pelos nazis. Joseph conseguiu escapar e só regressou a Paris no final da Guerra. Escritor, guionista e ator, conheceu o sucesso com “Os meninos que enganavam os nazis”, o seu primeiro romance autobiográfico. Também foi autor de mais de oito livros de ficção e não ficção.


Apreciação crítica da obra:

“Os meninos que enganavam os nazis”. Um livro que aborda a Segunda Guerra Mundial, o sofrimento e o mundo na visão de uma criança.

O livro é escrito pelo próprio protagonista, Joseph Joffo. A história começa em 1941, quando este tinha dez anos. O mundo francês visto pelos olhos de uma criança é, de facto, fascinante. Inicialmente, tinha uma vida comum, como a de todas as crianças no mundo: ia para a escola, brincava com berlindes juntamente com os seus irmãos e amigos e pregava partidas sempre que podia.

Porém, o desenrolar da história vai-nos mostrar as hostilidades com que as crianças judias eram obrigadas a lidar desde cedo. A estrela de David bordada no casaco foi um meio de apresentar ao pequeno Joseph o primeiro ato antissemita deste livro.

Mais tarde, este e o seu irmão mais velho (Maurice) são obrigados a partir em viagem para fugir dos nazis que os podiam procurar, sendo forçados a ocultar a sua identidade e religião. O livro gira em torno destas viagens e fugas constantes, sendo nele relatado algum sofrimento, mas também heroísmo e o modo aventureiro como alguém de dez anos vê todas estas fugas.

Considerei este livro bastante cativante. O Holocausto e a Segunda Guerra Mundial são temas que me suscitam curiosidade, e o facto de a história ser verídica tornou este livro ainda mais apelativo.

O que mais me cativou foi o facto deste evento ter sido vivido por uma criança, e a inocência em cada palavra é algo belo e simultaneamente trágico.

A história de Joseph acabou por ter um final feliz. Ou, pelo menos, em paz. Amizade, companheirismo, fidelidade e força de espírito acompanham esta sublime obra autobiográfica até ao final.

Autora: Mariana Almeida, 12.º H1



"Pessoas Normais"


Biografia do autor:

Sally Rooney nasceu em 1991, em Castlebar, County Mayo, Irlanda. Atualmente vive em Dublin. O seu primeiro romance Conversas Entre Amigos foi publicado originalmente em 2017, seguido de Pessoas Normais em 2018. Ambos foram muito aclamados pela crítica e alvo de vários prémios e distinções, chegando mesmo a ter os seus direitos comprados e ser adaptados para minisséries. A de Pessoas Normais estreou em 2020 e, no mesmo ano, foi anunciada a adaptação do outro romance.

Rooney encontra-se, atualmente, a escrever o seu terceiro livro, Beautiful World, Where Are You, previsto para setembro de 2021.


Apreciação crítica da obra:

Pessoas Normais é uma obra de autoria de Sally Rooney, simultaneamente adorada e odiada pelos leitores.

A história passa-se em Carricklea, uma pequena cidade fictícia no interior da Irlanda onde todos os seus habitantes conhecem os passados e as famílias uns dos outros. As personagens principais vêm de meios sociais muito diferentes. Connell tem uma vida modesta, com a mãe a trabalhar como empregada doméstica na enorme casa da família de Marianne. A narrativa foca-se na passagem da adolescência para a idade adulta das duas personagens e da sua relação atribulada. A ação passa-se durante quatro anos, acompanhando o último ano do secundário e a entrada na faculdade dos dois jovens.

No começo do livro, Marianne é uma rapariga tímida e sem amigos, enquanto Connell é o típico rapaz popular, jogador de futebol e admirado por todos. Na escola ignoram-se mutuamente, porém começam a ter uma relação puramente física nos tempos livres. Quando entram na faculdade, as suas personalidades mudam drasticamente, como que trocando de lugares. Durante todos aqueles anos, em momento algum assumem a sua relação amorosa, caracterizada por uma falta de comunicação extrema.

Pessoalmente, penso que é uma boa obra, com um desenvolvimento lento, capaz de aprofundar as personagens e os seus pensamentos. A história é bastante real, com erros e escolhas imperfeitas. Creio que Marianne foi a personagem que mais evoluiu, ainda que negativamente, uma vez que se tornou numa jovem sem caráter, vazia, masoquista e superficial.

Por fim, a escrita é diferente do comum já que, tal como a de José Saramago, descarta os travessões, tornando todo o texto numa grande narrativa. Creio ser um dos fatores que fará alguns leitores desistir, mas não creio que torne a leitura difícil.

Concluindo, recomendo o livro, perfeito para a etapa da vida em que estamos agora.

Autora: Mariana Louro, 12.º H1



Revisão: Prof.ª Ana Paula Ribeiro

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