É preciso saber dizer não!
- Beatriz Mira
- 5 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
Os psicólogos afirmam que a maior parte dos problemas e conflitos que os jovens desenvolvem e que os adultos vivem provêm da infância. E ouvir “nãos” quando somos crianças impacta-nos e molda-nos mais do que pensaríamos intuitivamente ser verdade.
Nascemos sem conhecimento sobre este mundo. É na tenra idade que aprendemos o essencial para a nossa sobrevivência. Proibir uma criança de tocar numa panela quente e explicar-lhe que faz “dói-dói” revela-lhe as regras básicas. Dizer “não” ensina-a a ter limites. Limites esses que depois nos perguntamos onde estão quando confrontados com adolescentes problemáticos, raparigas de treze anos grávidas e bêbados crónicos.
Tudo vem da educação.
“Diz-me com quem andas e eu te direi quem és” é um ditado popular muitíssimo famoso, talvez pela sua rigorosa exatidão. A tendência de copiar o que os outros fazem, dizem e, em casos extremos, pensam é observável em qualquer “priminho” a bater as palmas. Se nos disserem “não”, nós aprendemos a dizer não. Saber quando é que devemos negar algo traça a nossa personalidade, enquanto abrange uma panóplia de coisas que nos tira do “rebanho” observável hoje em dia na nossa sociedade.
Muitos defendem que dizer “não” aos filhos é irracional e traumatizante. Eu concordo que excessivamente o pode ser. Exprimir muitos “nãos” sem explicação fará com que estes deixem de ter qualquer relevância e passem a ser tão importantes como não dizer nenhum. O contrário, porém, também não é viável. “Se não tiver a capacidade de dizer ‘não’, o seu ‘sim’ não significa nada.”, salienta Osho Chandra, filósofo indiano.
Apenas as pessoas com uma boa autoestima são capazes de proferir “não”. Porque é que há tantos casos de violência doméstica? Porque é que o suicídio e o aborto são as epidemias mais mortais do mundo? É preciso saber dizer não!

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