top of page

Pessoas vazias

  • Maria Inês Curto
  • 2 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura

Estou no ano 2021, um ano em que aprendi, e ainda estou a aprender, muita coisa. Aprendi a observar melhor as pessoas, vê-las como realmente são, o que elas demonstram ser, o que gostariam de ser. Outras, percebo agora, preferem ser o que está na moda.

Nos últimos meses conheci pessoas novas, e aprofundei ligações com outras. Todas elas despertaram o meu interesse para várias coisas, como: arqueologia, música, teatro, fotografia, política, etc... Cada uma dessas pessoas deixou-me curiosa… fez-me ver as coisas de uma perspetiva diferente.

Apenas quando as comecei a ouvir falar nos seus interesses e nas suas opiniões, é que percebi que realmente existiam mais pessoas que não eram “vazias”, para além de algumas que eu já conhecia.

Ao voltarmos à escola este ano, grande parte das pessoas parecem estar “vazias”. Ou seja, sem motivação, sem interesse em assuntos que antes eram fascinantes, passaram a considerá-los uma coisa enfadonha a fazer. Há uma grande falta de motivação, tudo cansa, tudo se torna repetitivo, vemos o tempo a passar mais devagar e sempre no mesmo ciclo. Por vezes, ainda acontece eu olhar à minha volta para tentar perceber se alguém está a prestar atenção, ou se estão perdidos no vazio dos seus pensamentos. As pessoas na sua grande maioria, apresentam-se apáticas, mudas, por vezes nem mesmo vida consigo captar através dos seus olhos, estão só foscos. Não são só colegas, são também professores, funcionários…

A solução tem passado por tentarem arranjar motivos para parecermos felizes e interessados em algo. Parece errado estarmos vulneráveis e mostrarmos que nem sempre estamos contentes com a maneira de gerirem a nossa vida, como pensamos, como somos, como queremos ser, e o que iremos ser.

Temos pessoas fantásticas que já deram conta do mesmo que eu. Poucas, mas pessoas que quando vêem o “vazio” nos olhos de alguém não viram a cara para o lado, não desistem, importam-se. Estas pessoas que tanto precisamos são as que fazem a diferença, representam a esperança que alguns aguardam, na mudança que tanto precisamos. Ajudam a procurar uma solução que volte a trazer “vida” para dentro de nós, tentam tudo para devolver o brilho aos olhos dos outros, não baixam os braços, nunca!


Texto: Maria Inês Curto

Revisão: Dinis Marques


Comments


bottom of page