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"O Deus das moscas tem fome", de Luís Corte

  • Miguel Cardoso
  • 5 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

“O Deus das moscas tem fome” é a primeira obra da autoria de Luís Corte Real. Recheado de mistério e ação, este livro transporta o leitor para a segunda metade do século XIX. Encontra Lisboa como nunca antes vista: sombria e mística, onde demónios e maldições voam livres, atormentando os habitantes da cidade. Cabe a Benjamim Tormenta e ao demónio aprisionado no seu corpo, a tarefa de proteger os cidadãos e o império português dessas forças malignas que se escondem nas sombras de Lisboa.

Ópio, bruxas, sociedades secretas, violência e demónios são alguns dos aspetos que recheiam estas seis aventuras de Benjamim Tormenta, detetive do oculto, mas não um detetive oculto. Esta figura misteriosa, desconhecedora do seu passado, vagueia pela cidade de Lisboa, atenta aos perigos que se escondem tanto nas sombras dos becos, como nos palacetes. Nunca se encontra sozinho: seja através de Raj, o seu fiel mordomo e braço direito, ou através de Lamashtu, demónio que lhe perturba a vida e os pensamentos, Tormenta tem alguém para o ajudar a proteger o Homem comum das forças sobrenaturais, que pouca preocupação mostram pela vida humana.

É impossível para o leitor esquecer-se que o que está a ler se passa na segunda metade do século XIX, devido à constante participação de figuras icónicas da época (por exemplo o Eça de Queirós) e à referência de acontecimentos históricos, muitos ganham aqui causas sobrenaturais. Mas quem mais ganha com esta atmosfera esotérica é a cidade de Lisboa: o autor cria um submundo místico e fantástico, conhecido de apenas aqueles que o vivem. Benjamim Tormenta serve, então, como a ponte do leitor para essa nova face da cidade que pensamos conhecer.

São tantos os aspetos que nos deixam famintos pelo segundo volume d´ ”As Aventuras de Benjamim Tormenta, Detetive do Oculto”, até mesmo desejosos por uma adaptação televisiva, mas até ao momento, a única forma de nos saciarmos é a leitura e releitura desta obra, seis mistérios que acrescentam uma vida sobrenatural ao Portugal do século XIX.


Miguel Cardoso, 12ºC1


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