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Negativa a História

  • Beatriz Carvalho
  • 1 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Hoje em dia, fazem-se imensos estudos, previsões, generalizações, diversas tentativas de mostrar que tudo o que está para vir será melhor. Contudo, não seria preferível olhar para trás e analisar o que foi até agora percorrido?


Seguimos sempre em frente, corremos, queremos acabar primeiro, chegar mais rápido a uma meta indesejável, a um final que devíamos adiar ao máximo, mas que insistimos em aproximar-nos. Temos pressa de viver, saltamos passos, avançamos partes e caímos nos mesmos buracos; não aprendemos e voltamos, repetidamente, a errar. Falhamos nas mesmas coisas, não vemos o padrão; a verdade é que a história tem tendência a repetir-se. A pandemia da atualidade, a do Covid-19, não é das primeiras e, de acordo com as regras regentes, não será das últimas; provavelmente esperamos pela que nos mate. Tapámos os olhos, não quisemos ver, usar as estratégias que sabíamos serem as mais eficazes no combate às epidemias; à Primeira segue-se a Segunda Guerra Mundial, talvez não estejamos assim tão longe da Terceira.


É, claramente, inegável a maneira como somos fabricados, como nos formamos, criamos e moldamos ao sabor de vivências, aprendizagens e conhecimentos que vamos adquirindo. Somos fruto de lembranças, algumas próprias, outras herdadas, recordações de inúmeras vidas experienciadas, acontecimentos que fazem de nós aquilo que dizemos ser. A memória é aquilo que nos torna seres humanos, animais racionais, pessoas; é absurdo pensar em aprender a ‘sentar’ ou a ‘ir buscar a bolinha’, ridículo ocupar a mente com o melhor tempo e espaço para caçar. É a única forma de a nossa existência prevalecer. Apesar de seletivos, de só percebemos certos aspetos, de ignorarmos, por vezes, os mais relevantes, permanecemos aprisionados ao ego, à persona, àquilo em que o mundo fatalmente nos tornou.


Ainda que não seja a disciplina mais interessante e chamativa, a História revela-se essencial à compreensão da vida e do Universo; devemos afastar-nos da autodestruição, porque “quem não sabe de onde vem, não sabe para onde vai”*.

*Aforismo que o meu pai, alguém relativamente culto, me recorda repetidamente. Acredita que, mesmo não gostando ou achando ‘chata’ a disciplina de História, esta é extremamente importante para que possamos aprender com os erros do passado.


Texto: Beatriz Carvalho, 11.º C3

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