Vivemos em tempos incertos, onde o que hoje é declarado, amanhã será refutado, para daqui a uns dias ser de novo aprovado. A pandemia COVID-19 afetou todos de todas as maneiras possíveis: financeiramente, psicologicamente, profissionalmente e até mesmo academicamente.
Estou aqui hoje para falar do efeito da pandemia em relação ao ensino, visto que sou estudante. Devo dizer que estou numa situação privilegiada em relação ao momento que vivemos, tenho acesso à internet e um computador, tornando assim possível que caso as aulas se concretizem à distância, não seja afetada na maioria dos aspetos. Qualquer estudante do secundário ou superior, possuindo o que mencionei anteriormente ou não, continua a ser afetado de algum modo em relação às aulas específicas de cada área. No meu caso, sou estudante de teatro, e todos os meus ensaios passariam para videochamadas que nunca se igualam a estar cara a cara com os colegas de cena, estudantes de ciências perdem as aulas em laboratório que constituem uma parte fundamental da sua aprendizagem e alunos de multimédia que nas escolas têm acesso a muitos mais equipamentos, deixam de os ter.
Mas quando falamos de como o ensino é afetado pela pandemia temos de ter em conta os estudantes que têm de trabalhar para se sustentar, os que não possuem um computador ou acesso à internet, os que não se encontram num estado psicológico estável para lidar com tudo o que se está a passar e os que, devido ao seu agregado familiar, não se conseguem concentrar em casa para estudar. A lista de fatores pelos quais os estudantes são afetados pela pandemia é longa.
Existe alguma solução milagrosa para estes problemas? De momento, a meu ver, não. Mas podemos tentar minimizar o impacto que a pandemia tem tido nos estudantes. Esta é a hora de sermos criativos e mostrarmos o melhor de nós ao nos ajudarmos mutuamente naquilo que nos é possível. Criar grupos de estudo online ou fornecer materiais de estudo em papel para quem não tem acesso à internet, por exemplo.
Apenas juntos iremos conseguir ultrapassar todas as barreiras que têm vindo a aparecer.
Texto: Beatriz Calvo
Revisão: Beatriz Ferrão e Paula Faia