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Programados para a ganância

Comportamentos reprováveis é, e será, algo que existirá sempre em todas as épocas enquanto existir a raça humana.

Como humanos, estamos “programados” para querer sempre mais, seja dinheiro, fama ou até mesmo conforto. Não existe nenhum problema em desejar, exceto quando nos esquecemos do comportamento que nos diferencia dos animais, esse comportamento é o que chamamos ser humanistas, pensar nos outros e ser capaz de pôr os nossos interesses de lado, tal como Vieira defendia. Com a ascensão da Internet nos últimos anos, nós, como indivíduos, estamos sujeitos a um espectro de informação tanto útil como inútil, é algo que não podemos controlar, mas podemos sim, escolher a informação que queremos. Uma plataforma digital que tem dominado a cabeça dos jovens nestes últimos anos é o YouTube, a presença de conteúdo desinteressante é tremenda, mas isso não invalida o facto desta aplicação poder ser útil, depende tudo do uso que lhe damos.



Um dos comportamentos que faz o meu sangue ferver, relativamente à plataforma YouTube, é o facto de criadores de conteúdo aceitarem acordos com casas de apostas online, e anunciarem-nas como formas fáceis de ganhar dinheiro, apenas com o propósito de enriquecerem eles mesmos, pois o contrato geralmente consiste num benefício duplo, isto é, por cada pessoa que apostar, o criador de conteúdos ganha uma percentagem previamente acordada com a casa de apostas. Este tipo de conduta é imoral, é oportunista, revela o aproveitamento das fraquezas de outros para proveito próprio.

Outro exemplo de como as pessoas só pensam em si, resultando, assim, num desprestígio para as sociedades modernas, é os esquemas em pirâmide; esta forma de enriquecer é degradante, pois consiste num recrutamento de pessoas para que façam dinheiro por elas, sem que os criadores deste estratagema nada façam, não contribuam em nada, não produzam qualquer trabalho para merecerem o dinheiro, os valores elevados que recebem, e que é, exclusivamente, fruto do trabalho de outros. De modo a conseguirem ganhar muito dinheiro, os autores deste esquema aliciam pessoas para a sua “equipa” e acabam por criar um ciclo de recrutamento inacabável, infinito, sem fim à vista – os recrutados são instruídos para aliciar outros e todos ficam obrigados a pagar uma percentagem do lucro aos líderes. A este esquema chama-se viver à custa de outros.

Por todas estas razões, e tal como na época de Vieira, ainda não ultrapassamos a barreira da ganância e da exploração do nosso semelhante. Infelizmente, apenas descobrimos novos métodos para alimentar este instinto primitivo.

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