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Há rasgos de luz...


Às sextas-feiras de manhã, viajo até à Parque das Nações, não por dever, mas por gozo.

É nesse registo que melhor se apreendem os ritmos e os tempos de qualquer escola.

Para lá da surpresa permanente dos miúdos e de alguns professores, cuja criatividade e rasgo deviam ser mais conhecidos, divulgados e partilhados, ontem fiquei “especado” numa sala, aparentemente, desalinhada do resto.

As virtudes da observação, sem entrar na coscuvilhice, têm destes desenlaces. Como exprimir a Felicidade? Às vezes, os mais palavrosos, nos quais me incluo, buscam cachos delas para exprimir o indizível! Que tontos, melhor, que tonto sou nessa resposta impossível!!!!

Fiquei parado a “adorar” o espaço, a disposição e o acolhimento que ali estavam expostos. Sem redes ou cortinas para justificar ou tentar dar explicações dispensáveis…

Desfrutei durante alguns minutos o tempo e o espaço “Eça calmamente”, recuando alguns anos à ideia que projetámos para a Eça e que agora sabiamente a senhora professora Olga Baeta tinha conseguido concretizar na Parque. Que bom ouvi-la desfiar os entusiasmos que por ali passam, suavemente geridos e ouvidos no sossego dos silêncios que por ali se respiram…

A maior parte das vezes, senão todas, só precisamos de veludo a envolver os mandos necessários para os alunos perceberem o estrago ou ganho que podem ter com o que lhes oferecemos “fora da bolha”, da normalidade dos dias.

Que bom haver quem pense para lá das janelas e portas de qualquer escola normal, que nos coube em sorte, rasgando esses limites com a criatividade e o coração. Sou, há muito um discípulo de Santo Agostinho. No final de uma era tomística, altamente lógica e racional, ele teve o discernimento de perceber que nada era viável sem coração! Que bom saber que muitos de nós, para lá do cognitivo, criamos já um “átrio dos gentios”, para acolhermos tudo isso envolto num cesto de afetos, o único espaço de aprendizagem que ninguém gosta de recusar e que devia ser a nave central de qualquer escola...

Parabéns, professora Olga, pelo profissionalismo do que faz, desafiando-nos, a todos, a sair do conforto que julgamos suficiente para levar a cabo um trabalho que nunca deixa de pedir imaginação e rasgo!

Oxalá o Agrupamento fixe esta ousadia como prática pedagógica alargada, mesmo que alguns sábios do Ministério, doutos inspetores ou quejandos, achem que não passa de modernice!!!…

Será que podem ficar a coberto a expressão Crística, “perdoai-lhes, Senhor, porque eles não sabem o que dizem…”? Por mim é a única que os pode proteger… Bem-haja pela lufada de oxigénio, sempre invisível, que insuflou no Agrupamento!


Lisboa12-11-22- Acúrcio

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