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De que somos feitos?

Hoje, por razões de ofício, agora menos trabalhado, mas nunca se perde o jeito, regressei aos palcos da justiça, em terras da Beira.

A história e os factos não relevam por aí além, mas dei por mim, a ouvir aquilo que a humanidade tem de melhor e do seu contrário.

Não é que a verdade seja uma arte impossível, mas nobre é, seguramente, e nessa medida, vincula-nos ao que dizemos , pensamos e executamos.

Sem dar por isso o militar da GNR entrou numa espécie de redondilha medieva, sem saber onde começava e terminava a faixa exterior de proteção florestal do aglomerado populacional, refugiando-se em vagas afirmações, mas que não respondiam, nem de longe nem de perto, à pergunta objetiva: onde começa e acaba tal faixa?

Perante a impaciência da juiz ouvinte, refugiou-se na técnica do subterfúgio:

- Ah , se eu soubesse que me iam perguntar isto, tinha trazido mapas…

Estaquei no simbolismo do mestre (sim, era um mestre da floresta) e da resposta redonda que as impertinências alheias e os álibis desconcertantes provocam em quem não sabe ao que vai ou aquilo que o espera.

De alguma forma, foi uma censura privada ao excesso de improviso, de que abuso, descurando o tempo e a paciência para com os outros que nos vão ouvir ou interpelar… Vem-me sempre à memória a passagem do principezinho, que repetidamente cito e exploro, que é a da venda de pílulas que nos matam a sede e nos poupam caminho.

Como no livro, todos nós devemos preferir o tempo de sobra para demandar uma fonte disponível qualquer e que nos deixe experienciar a experiência de matar a sede!

Que bom subirmos, mesmo ficando no sopé da montanha e saborearmos o cheiro e a abundância de tanta água!

Que bom sentirmos que não há pílula mágica que substitua o prazer do jorrar da fonte e deixarmos molhar todo o nosso corpo!

De igual modo, descobri, mesmo à distância que os Ubuntus tinham estado a matar essas e outras sedes ao longo da jorna! Que dia!

Lisboa, 13223- Acúrcio

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