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Cartas ao Poder

Ontem, enquanto os colegas marchavam do Marquês até ao Terreiro do Paço, e eu não pude estar por causa de uma maleita dentária, se não estaria também lá, aproveitei o estado caseiro para ler o jornal que sempre compro, ao Sábado, o Público.

Nem de propósito, dei de caras com um artigo, intitulado “carta aberta ao senhor primeiro-ministro”, que aconselho a ler.

O autor, Galopim de Carvalho, absolutamente insuspeito, na origem e no percurso notável de mestre, tinha a bondade de escrever uma carta ao mandante mor, disponibilizando-se para ajudar a “sarar” a ferida que gangrena a educação nas áreas sensíveis:

• Dos manuais

• Da escolha criteriosa dos titulares da pasta

• Da revolução necessária na máquina ministerial

Para lá de todo o justificado ruído do dia, ampliado e bem pela comunicação, valeu a pena, no silêncio de casa, confirmar como os pensadores brilhantes não precisam de muito tempo ou espaço de escrita, para atirarem a matar! Parabéns, professor Galopim, por arrancar dos sedimentos fossilizados do poder medievo, a urgência de pensar e decidir as grandes questões que apoquentam quem se preocupa e ocupa com a educação dos alunos nas escolas, públicas ou particulares.

É essa nota transversal que torna a sua carta num marco que valeria a pena estender e subscrever por todos os que se sentem professores, apesar do desencanto.

A sua carta tem uma ponta de bondade acrescida, de que eu não sou capaz, confesso, que é manifestar-se disponível para, de forma lúcida e sem cansaço, e só por isso mereceria um doutoramento honoris causa, ajudar os aprendizes do mando a centrar e decidir o essencial.

Por mim, estou disponível para subscrever na íntegra a sua carta missão e reenviá-la, à cautela com a viso de receção, aos senhores do desgoverno, que nos tutela há tanto tempo e de forma tão incompetente na matéria!

Acho que todos os professores, sem exceção, deviam subscrever mais este grito, carregado de preocupações e de disponibilidades para investir o que tão necessário se mostra.

Se no mando do eng.º Guterres a educação foi uma paixão, os tempos da Maria de Lurdes Rodrigues foram um tempo negro, a ombrear com os tempos da Inquisição, de que ela e os acólitos fiéis foram os Torquemadas, onde só faltou condenar à fogueira os professores não titulares, mas sabendo, ou sabendo-o bem, que o seu tempo iria vestir de cinzento muitas gerações seguintes de professores e alunos.

Não creio que o atual ministro e os anteriores se tenham libertado dos grilhões e do pesadelo dessa figura sinistra. É, talvez, aí que a sugestão do professor Galopim ganha sentido. Mas em sentido inverso, ao trabalho por si levado a cabo em matéria de dinossauros. Neste caso, em particular, a ajuda preciosa que ele nos pode dar é a enterrá-los, e o mais rápido possível e bem fundo. Para salvação de todos: professores, escola, alunos e pais.

Lisboa, 15123- Acúrcio

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