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Cadeia alimentar


Os jovens, sendo eles mesmos, são pessoas que procuram muito a validação de grupos para se sentirem melhor. Será isso, de facto, uma característica dos jovens? Ou será que, na atualidade, há uma pressão ainda acrescida exercida pelas redes sociais?

Recentemente, todos nos temos deparado com jovens (ou até mesmo crianças) que são expostos a redes sociais e à internet muito cedo e, não sabendo os seus riscos, acabam por ser vítimas de roubos, ameaças ou cair em situações muito mais delicadas e perigosas. Será que pessoas tão inocentes têm noção de que o ambiente em que se estão a meter tem esses registos?


Um dos males da internet passa muito pela vontade do Homem de se integrar, e qualquer pessoa consegue ser levada por essa tentação, mas, usando um exemplo extremo, um rapazinho que sofre “bullying” vai recorrer muito mais facilmente a uma “fonte de aceitação grátis” dessas, o que pode levar a vários problemas, tendo em conta os perigos das redes.

A escola é a materialização mais fiel da internet que há. Na escola temos uma espécie de cadeia alimentar, em que o mais popular é o melhor, o mais forte é o melhor, o mais bonito é o melhor. Esse sistema acaba por criar uma espécie de “modelos” que todos os outros têm de seguir para conseguir “ser alguém” na escola. Mas qual é o porquê de alguém querer mudar a própria forma física, ou até mesmo a sua forma de pensar apenas por aceitação num espaço que, mais tarde ou mais cedo, vai deixar de fazer parte da nossa vida? O Homem precisa de se mostrar o melhor, está no nosso ADN, o jovem precisa de se mostrar o melhor, não por ser uma necessidade física, mas por não querer acabar sozinho.

A escola virou um ciclo infinito, em que o melhor decide o que está na moda, e todos os outros seguem, querendo ser eles mesmos os melhores um dia.

Com o tempo, fui notando isso e, obviamente, consegui ganhar essa noção, mas sei que ainda há muita gente que não tem amigos, não tem companhia nos intervalos, não tem alguém com os mesmos gostos de música, e porquê? Porque o “rei” não ouve nada daquele género. Mesmo com tudo isso, e com os anos que amealhei de amizades e conversas na escola, consigo garantir que esses que seguem a moda e procuram afirmação são mais tristes.


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