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Aprender a cuidar 2...

Há uns tempos, escrevi um texto, com o título “aprender a cuidar”, numa espécie de homenagem aos Mediadores da Parque das Nações que quiseram replicar o Projeto da Medição da escola mãe, numa demonstração de grande maturidade e responsabilidade. Imaginava muito do que esta equipa de 24 valorosos membros era capaz, mas, para dizer não esperava que, tão cedo, se superassem e superassem todas as melhores expetativas. Mas fizeram-no. Primeiro na sua escola, ajudando nas iniciativas do 1.º ciclo, brindando a comunidade escolar com a sua arte e espalhando esta, também, na Eça, ontem, assegurando a animação musical, durante a representação do Presépio ao Vivo, em cooperação com os colegas mediadores mais velhos.

Regresso ao texto de então, agora retocado com este acrescento, mera atualização de um agradecimento que não tem fim.

Que bom sentirmos que os alunos nunca desistem do que amam e sentem que os resgata da rotina dos dias!

Por mim, que sou sempre fã dos desafios com que a escola deve brindar os alunos, para lhes aquilatar a grandeza, sobretudo a interior, além de um enorme orgulho, é o confirmar do que há muito, e de forma original, desenhámos, com pequenos apoios, e concretizámos com audácia, sem arrogância ou pretensiosismo, mas com a noção de que só em rede poderíamos enfrentar os desafios que iriam surgir...

Creio que os alunos já demonstraram, por vezes diversas, a capacidade que têm em assumir a mudança pela positiva da escola.

Às vezes, ainda me pergunto se será falta de tempo ou a aceleração da rotina que impedem o tempo necessário da escuta, para eles sinalizarem o rumo do Futuro!

É bem possível que haja gente que deposita nas suas imensas capacidades pessoais a solução dos grandes enlaces que o ensino nos confia todas as manhãs ou tardes dos dias que habitamos espaço central das nossas vidas…

Não creio que o futuro nos garanta, por muito mais tempo, esse desejo de paz intemporal, onde possamos exercer em pleno a função de educadores, sem crítica ou desatenção, por parte dos aprendentes.

Afinal, a grande mudança de paradigma é essa mesmo. Quem é hoje aprendente? Na complexidade do mundo, que a escola partilha, mas poucas vezes comunga, a questão fundamental é mesmo essa. Quem está a fazer da aprendizagem um caminho partilhado, sem reservas mentais ou sobrancerias? No meu verso particular, de que a escola é o poema maior, tenho acolhido as sugestões dos que dizem que precisamos de construir uma civitas oecumenica (T. Halic) e tento não ceder à tentação de achar que isso é um rumo menor ou impossível. Pelo contrário, acho e agradeço a graça de haver quem nos sinalize os novos caminhos que precisamos de percorrer, sem medos ou ressentimentos e, muito menos, menorização. Afinal, não é para aí que nos reporta o poema de Gedeão, “o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança”? Nem vou invocar as razões de natureza evangélica atualizada, que nos sinalizam igual caminho….

Obrigado aos alunos, aos assistentes operacionais, aos professores e aos pais, companheiros permanentes destas caminhadas sem fim!

Lisboa, 171222-Acúrcio

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