Será que devemos ir ao circo?
- Clara Nunes
- 4 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
Aparentemente ir ao circo é a coisa mais normal do mundo, sobretudo na época do Natal em que variados circos surgem por todo o mundo. Nesta altura desejamos ir ao circo, uns para apreciarem o espetáculo e dar umas gargalhadas, outros para passarem o tempo de forma diferente e ainda os que vão pelas memórias de infância como o cheirinho a algodão doce e a pipocas que ficam para sempre lembrados.
A realidade é que ir ao circo (que aparentemente não tem qualquer tipo de maldade) é, na verdade, muito mais do que isso, trata-se de um mal que é ignorado, sobre o qual devemos pensar duas vezes e refletir sobre as implicações deste tipo de entretenimento.
Quando pensamos em circo, normalmente a primeira coisa que nos vem à cabeça são os palhaços e as suas maluquices e brincadeiras, mas para além dos palhaços, é quase inevitável pensar também nos animais que integram o espetáculo. Durante a fase da inocência - quando ainda somos crianças - é comum, e até achamos graça, por exemplo aos elefantes que conseguem fazer habilidades com as suas trombas, a um camelo a andar ao redor do circo para que o público possa tirar fotos com ele, e muito mais acrobacias e momentos que estes animais proporcionam ao evento. Mas se nos inteirarmos do que são animais selvagens e do que estes necessitam para terem uma vida tranquila e feliz, rapidamente entendemos que o circo não é, de todo, uma casa segura onde estes seres se possam sentir bem, isto porque o circo para além de não dar a liberdade que qualquer animal precisa para se sentir confortável, também os sujeitam a ensinamentos forçados e que muitas vezes acontecem através de processos dolorosos e exaustivos. E isto tudo para que, do animal, seja possível obter exatamente o efeito esperado - o que é extremamente anti natura - e trágico ao desenvolvimento animal.
Cabe-nos a nós, seres humanos, responsáveis por estes maus tratos, decidir se é este tipo de coisa que queremos ver acontecer, se para nós é imprescindível ir a um circo com animais uma vez que há tantos outros circos que exploram os brilhantes talentos humanos e que não prejudicam nenhum ser inocente.
Está nas nossas mãos parar de alimentar este tipo de circo. Que a escolha seja evoluir, não estagnar nem muito menos regredir.
Texto: Clara Nunes

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