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Marionetas da vida

  • Margarida Jacinto
  • 5 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

Desde que nascemos acreditamos ter o poder de decisão sobre as nossas ações. Convivemos desde sempre com a ideia de que escolhemos o que queremos ou não fazer, por meio de hábitos, crenças e valores que formulamos ao longo da nossa vida de forma totalmente independente e arbitrária. Mas será que realmente temos liberdade de escolha, ou as nossas ações são determinadas por fatores que não controlamos?

Existem um conjunto de fatores, internos e externos, que influenciam as nossas ações, limitando ou possibilitando a nossa liberdade de escolha. Um exemplo destes pode ser a época histórica e o espaço cultural. É certo que não escolhemos o local ou a data em que nascemos, então até que ponto é que escolhemos o que pensar e como agir? Uma mulher, educada com valores cristãos durante a Idade Média, nunca pensaria ou tomaria a decisão de abortar, enquanto, se esta tivesse nascido no século XXI, a sua visão da questão podia ser totalmente distinta devido ao meio em que foi criada. Se não somos responsáveis pelos fatores que guiam as nossas ações, porque é que acreditaríamos ter poder de decisão?

Esta é a visão do determinismo radical. Quem defende esta tese filosófica, defende que as nossas ações são controladas por acontecimentos anteriores que nos são prescritos à nascença, como a cultura, os genes e a educação.

Todavia, qualquer realidade em que não tivéssemos livre-arbítrio, nunca poderia ser considerada uma realidade. Se ninguém pudesse ser responsabilizado pelas suas ações, a vida em sociedade era impossível, na medida em que ninguém poderia ser recompensado ou punido. Ainda sendo impraticável, esta visão do homem e da sua condição é-nos estranha, e é aí que se escontra a sua importância. É importante por nos fazer pensar, e isso basta.

Texto: Margarida Jacinto; 11.º E



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