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Holocausto, uma prova de como a História nos ensina a não repetir o passado

  • EçaNews
  • 4 de jan. de 2022
  • 3 min de leitura

Vós que viveis tranquilos

Nas vossas casas aquecidas,

Vós que encontrais regressando à noite

Comida quente e rostos amigos:

Considerai se isto é um homem

Quem trabalha na lama

Quem não conhece a paz

Quem luta por meio pão

Quem morre por um sim ou por um não.

Considerai se isto é uma mulher,

Sem cabelo e sem nome

Sem mais força para recordar

Vazios os olhos e frio o regaço

Como uma rã no Inverno.

Meditai que isto aconteceu:

Recomendo-vos estas palavras.

Esculpi-as no vosso coração

Estando em casa, andando pela rua,

Ao deitar-vos e ao levantar-vos;

Repeti-as aos vossos filhos.

Ou que desmorone a vossa casa,

Que a doença vos entrave,

Que os vossos filhos vos virem a cara.

“Se isto é um homem”, Primo Levi


Nas aulas de História A do 12.ºH2, os alunos analisaram documentos, filmes e imagens relativas ao Holocausto, caracterizado por ser o maior genocídio do século XX, decorrido durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, a Professora Paula Faia contou a sua experiência acerca de uma visita de estudo que fez ao campo de concentração de Auschwitz, situado na Polónia, que comoveu bastante os alunos. Após o estudo deste acontecimento histórico, foram realizadas algumas reflexões acerca das sensações que este assunto desperta nos alunos.


A meu ver, o Holocausto não se relaciona com opiniões, mas sim com factos. É uma prova de que a História é necessária para nos ensinar a não repetir os acontecimentos que mais assombram o passado. Na minha opinião, o antissemitismo demonstra consideravelmente a violência e o desrespeito do nazismo perante os direitos humanos e a tolerância religiosa e cultural. Na verdade, a maior parte dos judeus foram mortos apenas por serem judeus, o que é, claramente, improcedente. Ao longo das últimas aulas foram estudadas as condições vividas nos campos de concentração, como os maus-tratos diários e as péssimas condições de higiene. As pessoas dormiam em espaços sobrelotados e eram mal alimentadas. As execuções nas câmaras de gás eram frequentes, assim como a tortura física e psicológica aos prisioneiros. Isto demonstra os horrores causados pelos ideais totalitários e repressivos do nazismo. Como é que era possível realizar atrocidades como aquelas que se relacionaram com o Holocausto? Por que razão é que o ser humano se torna numa ameaça a si próprio? Estas são questões às quais é complicado obter respostas. Cerca de 6 milhões de judeus morreram apenas por não terem nascido com a raça ariana. Milhares de famílias foram separadas, milhares de crianças morreram sem qualquer justificação. A crueldade e as atrocidades vividas naquela época não são para ser esquecidas. São um exemplo de que os Direitos Humanos são para respeitar e de que os regimes autoritários e totalitários nunca foram nem nunca serão a melhor alternativa para reger um povo. Tal como afirmou o químico e escritor italiano Primo Levi, “é nosso dever falar aos que não eram nascidos, para que saibam até onde se pode chegar”.

Texto: Dinis Marques



De seguida, apresentamos um poema escrito pela aluna Adelina Gonçalves.


Noivos da Dor

Rega, o que é pesar?

Corpos sem alma sem dor

Refugiados da própria vida!

Exclamam o seu temor.


Rebaixados, humilhados

Na própria luz, o que é a escuridão?

Ambulantes sem sonho sem pesadelo.

Vagam em liberdade com olhares vários


Louvado seja o Coração,

De pedra, de podridão…

Dos que fazem mal e comem pão!

E ainda dormem…É muito amor.


Talvez seja o seu desejo,

Trabalhar, trabalhar e trabalhar…

Trazer o suor e dar de beber ao patrão

Patrão?! Se fosse só isso…Quem dera!


Perseguição sem ao menos poder se mover….

Sem gritar, sem poder chorar…

As lágrimas, as pequenas pedras de sal!

Insistem em cair, mas não é uma opção.


Lágrimas injustas!

Melodias de gritos enraizados.

Recebidos dos túmulos sacrificados.

Integridade aos céus…

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