top of page

Debates do EçaNews

  • EçaNews
  • 4 de jan. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de jun. de 2022

No passado mês de dezembro, o EçaNews tomou a iniciativa de organizar dois debates, com o objetivo de fomentar o espírito crítico e a cidadania ativa dos alunos. Estes debates decorreram no auditório 1 da ESEQ nos dias 20 e 21 de dezembro.


Separação entre a arte e o artista

No dia 20 de dezembro, foi a vez de debater a seguinte questão: É possível separar a arte e o artista?


Não é nenhuma novidade que a maior parte de nós tem uma grande ligação com a arte. E todos nós temos um filme, música, livro ou até um artista preferido. Essa empatia deve-se ao facto de nos sentirmos próximos do que foi feito ou descrito numa determinada obra de arte. Mas… Como devemos reagir quando descobrimos que o criador da arte que tanto admiramos e que tanto nos ajudou a evoluir como seres humanos, na realidade é um ser terrível, totalmente distante dos comportamentos que consideramos éticos e morais? Como devemos lidar com esta cratera enorme que se forma entre as nossas opiniões e as do artista?


O tema é polémico e vai além do cinema. Na música e na literatura, por exemplo, não faltam casos. Diversos artistas que produziram obras consideradas de grande valor tinham, na vida pessoal, caráter e atitudes reprováveis ou apoiavam causas desprezíveis e ligadas à intolerância. Com isso, discutiu-se o seguinte questionamento: a obra de um artista deve ter valor por si só? Não importa que tipo de vida o artista levou, mesmo se prejudicou outras pessoas? Podemos olhar para o objeto artístico sem olhar para o artista?



O impacto dos Exames Nacionais

No dia 21 de dezembro, o tema principal prendeu-se com a existência dos exames nacionais.


Neste debate, foram abordados temas como a importância dos exames nacionais, o impacto que tem na vida escolar dos alunos, mas também o valor do ensino português nos dias de hoje. Primeiramente, foram avaliados os motivos e as vantagens visíveis da existência de uma avaliação externa, os exames nacionais. Admite-se que os exames nacionais contribuem para uma avaliação final mais justa, uma vez que permite que os alunos sejam avaliados imparcialmente, combatendo as notas internas divergentes e muitas vezes injustas. Desse modo, entende-se que os exames são necessários para tentar unificar todo o ensino, uma vez que, por exemplo, nos estabelecimentos de ensino privados, muitos professores adulteram as classificações dos alunos devido a questões relacionadas com a reputação da escola e dos professores, assim como os rankings são motivo para esta alteração sem fundamento das classificações dos alunos.


Os critérios de avaliação utilizados pelos professores não são o método mais justo de avaliação, não obstante, os exames também não são a melhor opção para combater a inflação das notas internas. Dizer que os exames nacionais tornam a avaliação mais justa não faz sentido, uma vez que apenas acentuam as desigualdade sociais. Há escolas com falta de professores, falta de condições para os alunos aprenderem, enquanto que noutras escolas há alunos que têm a possibilidade de recorrer a explicações privadas. Portanto, ao contrário do que se afirma habitualmente, os exames nacionais não põem os alunos em pé de igualdade. As mesmas provas para alunos em circunstâncias distantes apenas desnivela os alunos. Além disso, nem todos os estudantes pretendem seguir uma vida académica, o que torna estas provas desnecessárias.


Agradecemos a todos os alunos que estiveram presentes. Esperamos realizar mais eventos como estes em breve, de modo a dar voz a todos os membros da nossa comunidade escolar.


Texto: Dinis Marques

Comments


bottom of page