A emigração dos jovens
- Tomás Duarte 12 C3
- 20 de dez. de 2022
- 2 min de leitura
Portugal está claramente a viver um novo fluxo de emigração. Graças à crise, o fenómeno vivido nos anos 60, parece estar a repetir-se. À medida que o desemprego aumenta e que os apoios aos desempregados vão sendo cortados, são cada vez mais os jovens que decidem emigrar e procurar melhores condições de vida. Mas o que é que isto significa para Portugal e que quais as consequências desta emigração?
Em primeiro lugar, quero fazer uma distinção entre o que aconteceu nos anos 60 e o fenómeno atual, pois, apesar de ambos consistirem no êxodo de jovens, os motivos são diferentes. Na década de 60, os jovens procuravam fugir da guerra colonial. Então qual o motivo que leva imensos jovens a emigrar atualmente? Na verdade, há muitas respostas para esta questão, mas acredito que os principais motivos são: o aumento do desemprego, que em 2021 rondava os 7% e que, tudo indica, vai continuar a aumentar; o custo de vida, que faz dos Portugueses os melhores contorcionistas de sempre, pois conseguimos sobreviver com um dos ordenados médios mais baixos da Europa e com um dos maiores custos de vida a nível mundial; o facto de mais de 60% dos jovens com menos de 30 anos ganharem um ordenado inferior a 1000 euros; e por fim, na minha opinião o fator mais importante, enquanto Portugal tem os problemas referidos acima, a maioria dos nossos países vizinhos não os tem, tornando-os muito, mas mesmo muito mais atrativos para os jovens Portugueses, tendo em conta que, segundo estudos, um jovem licenciado em Portugal está preparado para trabalhar em qualquer canto do mundo.
No entanto, a emigração pode ser prejudicial para o emigrante, por exemplo: emigrar significa geralmente, começar do zero, e isto é algo extremamente arriscado, pois nada garante que quem emigra vá ter uma melhor qualidade de vida. A emigração pode também ser prejudicial para Portugal, sendo que, se muitos jovens decidirem emigrar, muitos problemas surgirão, nomeadamente: a diminuição e envelhecimento da população, o aumento da taxa de mortalidade, a diminuição da taxa de natalidade e a diminuição da população ativa.
Concluindo, tenho de admitir que sou a favor da emigração, apesar de saber os seus riscos, pois que jovem é que tenciona trabalhar como um desalmado para não ter qualquer poder de compra, viver na casa dos pais até aos 40 anos e enriquecer um governo que acredita que valemos 125 euros? Fernando Pessoa até disse “Em Portugal a emigração não é, como em toda a parte, a transbordação de uma população que sobra; mas a fuga de uma população que sofre.” Que na minha opinião resume perfeitamente o sofrimento e desvalorização a que somos submetidos.

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